Brasil
Buscas por fugitivos de Mossoró custaram mais de R$ 6 milhões ao governo, diz ministério
Montante inclui gastos com passagens, diárias, combustíveis, manutenção e operações aéreas feitos pelas forças de segurança.
As buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró custaram R$ 6.094.889,60 ao governo federal, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Segundo a pasta, esse montante inclui gastos com passagens, diárias, combustíveis, manutenção e operações aéreas feitos pelas forças de segurança envolvidas na operação.
Veja os valores gastos por cada instituição:
PRF: R$ 3.322.974,83
Força Nacional: R$ 1.481.124.11
PF: R$ 665.052,24
Força Penal Nacional: R$ 625.738,42
Em 14 de fevereiro, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça fugiram do presídio de segurança máxima, de forma inédita. Ambos foram recapturados na cidade de Marabá (PA), em uma ação coordenada da PRF com a PF, por volta das 13h desta quinta-feira (4), no 51º dia de buscas.
Na noite de ontem, os detidos foram transferidos de volta a Mossoró, onde passam por uma triagem antes de regressarem à ala de onde fugiram.
Como foram as buscas
Inicialmente, agentes federais e estaduais concentraram as buscas num raio de 15 km de distância do presídio. O ministro Ricardo Lewandowski anunciou em 19 de fevereiro o emprego de mais cem agentes da Força Nacional. A corporação saiu da área em 29 de março.
Secretarias da Segurança de três estados anunciaram que estavam atuando juntas para fiscalizar divisas. Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará aumentaram o policiamento terrestre e aéreo da região. A Interpol também foi alertada.
Roupas e pegadas foram encontradas por equipes da força-tarefa dois dias depois da fuga. Calçados e camisetas suspeitas foram localizados em uma área rural de Mossoró. Com isso, as buscas se intensificaram na região.
No total, 14 pessoas foram presas por suspeita de ajudar os fugitivos — incluídos os quatro homens detidos na captura de ontem e os dois fugitivos. Na primeira semana de buscas, duas pessoas foram presas em flagrante e outra preventivamente. Em 22 de fevereiro, a PF cumpriu nove mandados de busca e apreensão nas cidades de Mossoró, Quixeré (CE) e Aquiraz (CE).
Presos voltam para Mossoró
Após a captura, Lewandowski afirmou que os dois voltarão para Mossoró. Eles ficarão separados na cadeia, que foi “totalmente reformulada”. “Haverá inspeção diária e a direção foi trocada. De lá, certamente não se evadirão [de novo]”, afirmou o ministro em entrevista no Palácio da Justiça, após a captura.
Reformas nas unidades federais. Segundo o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, não só a unidade de Mossoró como as outras quatro prisões federais passaram por reformas desde a fuga. “Trocamos o sistema de iluminação e 10 mil câmeras foram adquiridas”, afirmou o secretário. “O sistema penitenciário federal não é mais o mesmo desde a data [da fuga].”
Prazo para captura dos fugitivos foi razoável, segundo o ministro. “Diria que segue os paradigmas internacionais de localização de fugitivos de penitenciárias. Não chegamos a dois meses. Um país de dimensões continentais, o local onde eles se refugiaram era um local de mata”, disse Lewandowski, sobre as dificuldades nas buscas.
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