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Amazonas precisa de mais 131 leitos de UTI; ocupação é de 61%, diz documento federal

Terapia intensiva é necessária para tratar pacientes graves com Covid-19; o levantamento é do Ministério da Saúde (MS).

A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Amazonas é de 61% e o Estado precisa de, pelo menos, 131 novos leitos. Nas enfermarias, o déficit é de 676 vagas. No Brasil, a taxa de ocupação das UTIs é de 78%.

Os dados fazem parte de uma estimativa do Ministério da Saúde (MS), registrada em documento interno de 27 de março, segundo informou o jornal O Globo, na sua edição desta segunda-feira. A corrida pela abertura de leitos de UTI, necessários para tratar pacientes graves com Covid-19, leva em conta a elevada taxa de ocupação desse tipo de assistência no país.

O documento mostra que 17 unidades da federação têm mais de 70% dos seus leitos ocupados. O mapeamento foi feito com “informações fornecidas pelos entes”, em referência às instâncias e órgãos que podem regular leitos de UTI no país, como estados e municípios. O ministério também avalia que é preciso criar mais de 1,6 mil leitos de UTI e mais de 22 mil leitos de enfermaria na primeira etapa de enfrentamento à doença, nos próximos 30 dias.

As piores situações no quesito taxa de ocupação de leitos de UTI estão em Mato Grosso do Sul (90,8%), Paraná (90%) e Minas Gerais (88,5%). As melhores são do Distrito Federal (59,1%), Amazonas (61%) e Acre (62%).

Em nota na última sexta-feira, o ministério informou que a taxa de ocupação mais recente que a pasta tem é de 78% dos leitos de UTI no SUS, mesmo dado que consta no documento reservado. Informou ainda que “3.000 leitos de UTIs volantes” estão sendo custeados pela pasta, dos quais 540 tiveram distribuição iniciada.

Questionado sobre os dados do documento, que mostram elevadas taxas de vagas ocupadas em muitos estados, o ministério informou que elabora um plano para “desafogar e reduzir a ocupação de leitos de terapia intensiva, com medidas clínicas, de manejo de pacientes e de gestão”.

“Deve ser observado, ainda, que medidas adotadas pelos gestores locais já apontam quedas de ocupação de leitos de UTI de até 50%, como a suspensão de cirurgias não urgentes e redução de internações por trauma devido a diminuição da movimentação da população nas ruas”, afirma a nota, sem dar detalhes de onde já houve liberação de vagas.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, que é o titular da pasta no Pará, afirma que medidas como suspensão de cirurgias e manejo de pacientes não surtem efeito na prática porque a pressão por leitos de UTI é imensa em todo o país. “Ninguém tem uma reserva de leitos, porque as pessoas continuam tendo infarto, AVC e precisando de cuidados intensivos. No Pará, tenho fila de espera por leitos de UTI”.

Segundo ele, a solução passa pela abertura de novos leitos, e cada estado avaliará a melhor forma de colocá-los em funcionamento.

O secretário também questiona a comparação que o ministério vem reiteradamente usando, que aponta que o Brasil tem três vezes mais leitos que a Itália, proporcionalmente à população. “ Esse raciocínio do Ministério da Saúde tem um problema: quantos desses leitos estão ocupados. A realidade no país é de demanda por esse tipo de cuidado intensivo, fila de espera, judicializações”, diz Beltrame.

O mesmo documento da Saúde traz um cálculo da necessidade de novos leitos por estado. Segundo a pasta, 16 das 27 unidades da federação precisam criar, juntas, 1.623 leitos de UTI para os próximos 30 dias. No caso dos leitos de enfermaria, que podem receber casos menos graves, São Paulo é o único estado que, segundo estimativa da pasta, tem mais do que precisa. Os outros 26 estados juntos acumulam um déficit de 22.901.


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