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Amazonas

PF faz operação para apurar crime de difamação eleitoral cometido por meio de inteligência artificial contra prefeito de Manaus

Em dezembro último, circulou um áudio falso com ofensas a professores, sendo estas atribuídas ao prefeito de Manaus, David Almeida.

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A Polícia Federal (PF) informou que deflagrou, nesta sexta-feira (09/02) a Operação Nirmata no estado de Amazonas. O objetivo é identificar todos os autores envolvidos na criação de difamação eleitoral do prefeito da cidade de Manaus, David almeida (Avante) com uso de inteligência artificial.

Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão, tendo como alvos um designer, três empresas de publicidade, sócios das empresas e dois compartilhadores da “fake news”.

A PF não informou o nome das empresas e dos profissionais envolvidos.

Foram apreendidas mídias computacionais, bem como os suspeitos intimados a depor na Superintendência da Polícia Federal.

Sobre o caso

Professores fizeram uma manifestação em frente à Prefeitura de Manaus, e um áudio foi divulgado no dia seguinte com grande repercussão, pois foram atribuídos ao prefeito insultos aos docentes.

Naquela ocasião, foi iniciada investigação, e a Polícia Federal, de imediato, conseguiu provar tecnicamente que o material que circulou não era autêntico.

E agora foi identificado o sistema usado, quem produziu o áudio, o local de produção e uma agência de publicidade responsável pela divulgação e propagação em plataformas digitais.

A operação, batizada de Nirmata, ocorre no Amazonas. Ao todo, a PF cumpre nove mandados de busca e apreensão contra um designer, três empresas de publicidade, sócios das empresas além de dois compartilhadores das “fake news”.

A técnica de adulteração de sons e de vídeos é conhecida como “deepfake’, no qual o tom, o timbre e até o jeito de alguém falar é recriado artificialmente. Assim, ao receber uma gravação pelo WhatsApp, o eleitor reconhece a voz do candidato e acredita que o político disse algo que, na verdade, não disse.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), denunciou à Polícia Federal (PF) ter sido alvo de deepfake no fim do ano passado. No áudio atribuído a ele, a voz do político, emulada por Inteligência Artificial, trata os professores da rede municipal de ensino de “vagabundos” e diz que os servidores “querem um dinheirinho de mão beijada”.

O episódio tem sido tratado como uma espécie de laboratório pela PF, que viu suspeitas de crime eleitoral e, por isso, assumiu as investigações. A ideia é usar o caso como modelo para eventuais apurações futuras relacionadas às disputas municipais deste ano. Desde que o inquérito foi instaurado, no último dia 22, dois suspeitos já foram ouvidos. Além disso, foi feita uma perícia no arquivo digital que constatou a manipulação no áudio.

Nesta sexta-feira, a Polícia Federal apreendeu computadores e intimou dois suspeitos a depor na Superintendência da Polícia Federal.


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