Com epidemia de dengue, repelente tem alta de vendas em supermercados e farmácias

Em meio a uma epidemia de dengue — que já causou 40 mortes em todo o país, além de 265 óbitos em investigação —, a busca por repelentes cresceu até 450% em redes de farmácias e supermercados. Além das medidas para evitar a proliferação do Aedes aegypti, o uso dos cremes ou sprays é uma das principais medidas para prevenir a doença.

Nas drogarias Venâncio, as vendas estão acima do esperado para esta época do ano, tanto nas lojas físicas como no e-commerce, enquanto na Pague Menos o crescimento em janeiro foi de 45% em todo o país, em comparação com o mesmo período do ano passado. Somente no Rio, a alta foi de 39%, e 74% em São Paulo.

Já no grupo Raia e Drogasil, a procura de repelentes em todo o país disparou 450% em janeiro, em relação a novembro de 2023, quando os casos da doença começaram a crescer.

— Nesta última semana de fevereiro, a alta foi de 120% em relação a janeiro, e houve reposição do estoque devido à alta da procura — diz Juliana Cervan, diretora da área Mais Saúde da RD-RaiaDrogasil.

No Guanabara, o aumento nas vendas foi de 30% em janeiro, e a rede decidiu instalar nas lojas pontos específicos de venda para facilitar a busca dos clientes. Além dos repelentes, inseticidas também estão sendo mais procurados: no último fim de semana, em apenas uma loja, 1.200 unidades de uma única marca foi vendido em cinco minutos.

A rede Mundial notou um aumento de 20% nas vendas de repelentes, em comparação com o mesmo período do ano passado.

A aposentada Eloísa Dilascio, de 74 anos, não tinha o costume de usar o produto, mas foi à procura nesta quarta-feira (dia 7) após a orientação da filha, que é médica. Mas a busca não foi fácil: em nenhuma das três farmácias ela encontrou a marca recomendada.

— Falam que está esgotado, pois todo mundo está comprando. Agora vou mandar foto para minha filha de outra opção que achei e perguntar se posso comprar esse — contou.

Com as gôndolas ficando vazias mais rapidamente, redes de drogarias e supermercados têm reforçado os estoques e intensificado os pedidos aos fornecedores. Mas, em alguns casos, já há alertas dos fabricantes.

“A indústria já sinalizou que poderá haver problemas para atender à demanda de curto prazo”, informou o Mundial, em nota.

O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) foi procurado, mas ainda não se manifestou.

Como escolher?

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), repelentes em spray ou creme à base dos compostos DEET, Icaridin ou IR 3535 são eficazes nos cuidados contra a dengue.

A recomendação da agência reguladora é que os produtos sejam usados de acordo com as recomendações descritas no rótulo. Não há qualquer impedimento para a utilização dos repelentes por mulheres grávidas, desde que eles estejam devidamente registrados na Anvisa.

Os sprays e os cremes à base de DEET não devem ser usados em crianças menores de 2 anos. Entre 2 anos e 12 anos, a concentração máxima do produto deve ser de 10%, e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia.

Cuidados na aplicação

Repelentes devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo e por cima da roupa;
A reaplicação deve ser realizada de acordo com indicação de cada fabricante;
Para aplicação da forma spray no rosto ou em crianças, o ideal é aplicar primeiro na mão e depois espalhar no corpo, lembrando sempre de lavar as mãos com água e sabão depois da aplicação; e
Em caso de contato com os olhos, é importante lavar imediatamente a área com água corrente.

Em supermercados e farmácias, há opções de repelentes em creme, loção, spray e aerossol, com e sem perfume, para o público adulto e as crianças, e com preços bem variados. Veja alguma das ofertas: