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Brasil

Maior parte dos entrevistados nas regiões Norte e Centro Oeste se declara de direita, aponta pesquisa da CNT

Nas regiões Norte e Centro Oeste, de acordo com a pesquisa, 39% dos entrevistados consideram “ótimo” e “bom”, o governo do presidente Lula, diz a pesquisa.

As regiões Norte e Centro Oeste foram as que tiveram o maior índice de brasileiros que se declaram de direita do ponto de vista de preferência política, de acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta terça-feira (23/01), que ouviu 2.002 pessoas, de 137 municípios, em coletas presenciais realizadas entre os dias 18 e 21 de janeiro.

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A pesquisa mostra que 35% dos entrevistados nas duas regiões se declaram politicamente de direita, 19% de esquerda, 12% de centro e 33% não sabem. Nas regiões Norte e Centro Oeste, de acordo com a pesquisa, 39% dos entrevistados consideram “ótimo” e “bom”, 33% consideram “ruim” ou “péssimo” e 30% julgam “regular” o governo do presidente Lula.

A pesquisa mostra que 55,2% dos entrevistados em todo o País aprovam o desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente do governo, enquanto 39,6% desaprovam. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Na média nacional, a avaliação positiva do governo federal, que considera as opções “ótimo” e “bom”, ficou em 42,7% — sendo 14,2% “ótimo” e 28,5% “bom”. Já a avaliação negativa foi de 27,9%, com 7,7% para “ruim” e 20,2% para “péssimo”. Além disso, 28,1% dos entrevistados avalia o governo como “regular” e 1,3% não soube ou não respondeu.

Na pesquisa anterior, realizada entre 27 de setembro e 1º de outubro de 2023, a aprovação do presidente Lula era de 54,9%, enquanto a desaprovação foi de 39,0%. Na ocasião, 6,1% dos entrevistados não soube ou não respondeu.

Em relação à avaliação do governo federal, o levantamento anterior mostrou que 15,9% dos entrevistados considerava “ótimo”; 24,7% “bom”; 30,1% “regular”, 8,3% “ruim”; 18,9% “péssimo” e 2,1% não soube ou não respondeu. Somando os dados, a avaliação positiva na pesquisa anterior era de 40,6%, enquanto a negativa era de 27,2%.

Divisão

O par de opostos Direita e Esquerda suscitou e ainda suscita os principais debates ideológicos e políticos contemporâneos. De acordo com Cláudio Fernandes, escritor oficial do Brasil Escola, a polaridade ideológica entre “direita” e “esquerda” remonto ao contexto da Revolução Francesa e ainda hoje costuma dividir o debate político.

Segundo Cláudio Fernandes, desde o turbulento evento denominado Revolução Francesa (1789-1815), o qual, de acordo com alguns historiadores, inaugurou a Idade Contemporânea, os conceitos de direita e esquerda fazem-se presentes nos debates políticos e ideológicos, sobretudo no mundo ocidental.

Durante o processo revolucionário começado em 1789, na França, diz, os girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, enquanto os jacobinos, mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo. Essa é a origem da nomenclatura política que categoriza os posicionamentos políticos no interior dos sistemas políticos contemporâneos.

Segundo o escritor, essa polarização tem suscitado inúmeros problemas e demasiadas polêmicas, sobretudo porque, a partir do século XIX, houve uma radicalização ideológica tanto de um lado quanto do outro. O desenvolvimento das ideias de autores considerados de direita, como Donoso Cortez e Charles Maurras, bem como o daqueles considerados de esquerda, como Karl Marx e Bakunin, entre outros, estimulou gerações de intelectuais, movimentos políticos e ativistas que levaram às últimas consequências a crença em sua ideologia.

Os ideólogos de esquerda, diz, pretendem aperfeiçoar o mundo por meio de políticas que instaurem a justiça social, ou o igualitarismo, ou a socialização dos meios de produção econômica, ou qualquer outra ação que remeta à ideia de igualdade. Já os ideólogos de direita pretendem perfectibilizar o mundo a partir de uma perspectiva idealizada do passado e da tradição, de valores nacionais ou religiosos. Cada qual dos lados, em diversos momentos da história (sobretudo no século XX), “empenhou-se até a barbárie para fazer valer sua visão ideológica de mundo”.

Essa divisão, contudo, aponta o escritor, pode limitar a compreensão de perspectivas mais complexas sobre a política. Ele diz que “geralmente, a alcunha ‘direitista’ é aplicada sem muita acuidade crítica ao pensamento conservador”. E que “do mesmo modo, a alcunha de ‘esquerdista’ é aplicada às reflexões e propostas progressistas”.


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