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Amazonas

Mapa mostra que fumaça de queimadas que encobriu Manaus chegou à Bolívia e ao Sul do Brasil

O número de focos de calor no estado em outubro alcançou quase o triplo da média histórica mensal.

O satélite europeu Sentinel-5p registrou a enorme quantidade de fumaça que cobriu o estado do Amazonas e fez a qualidade do ar em Manaus permanecer entre as piores do mundo. Havia muita fumaça ainda sobre a Bolívia, onde outubro também registra um grande número de queimadas e acima dos padrões históricos.

Na semana registrada, o Amazonas enfrentou um número sem precedentes de queimadas em 2023. O número de focos de calor no estado em outubro alcançou quase o triplo da média histórica mensal.

A fumaça na imagem de satélite podia ser vista avançando para o Sul, pelo interior da América do Sul, transportada por correntes de vento associadas a uma corrente de jato em baixos níveis da atmosfera. O corredor de fumaça da Amazônia e da Bolívia, no meio do caminho pelo continente, era reforçado por queimadas numerosas no Paraguai pela onda de calor que assola o país.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), o número de focos de calor observados no estado do Amazonas pelo monitoramento de satélites entre os dias 1º e 21 de outubro foi de 3.159. O número supera o recorde estadual para outubro, de 2.409, em 2009, e está muito acima da média histórica mensal 1998-2022 de 1.313 focos de calor.

Setembro já tinha sido um mês com números excepcionalmente altos de queimadas no estado do Amazonas. O monitoramento por satélite do Inpe mostrou que no último mês o Amazonas teve 6.991 focos de calor, o segundo pior setembro já observado em queimadas, apenas atrás de setembro de 2022 com 8.659 focos de calor. Setembro de 2023, assim, teve mais que o dobro da média histórica mensal de focos de calor que é de 3.003.

Os piores dias de queimadas neste mês no estado do Amazonas até agora foram os dias 8 e 10 de outubro. No dia 8, o monitoramento do Inpe apontou 656 focos de calor no estado. No dia 10, segundo pior dia de fogo até agora neste outubro, foram 504 focos de calor. Desde que as autoridades federais e estaduais anunciaram ações após a crise da fumaça em Manaus o número diário de focos diminuiu substancialmente.

De acordo com dados do Sistema Copernicus, o sistema europeu de monitoramento do meio ambiente e do clima em todo o mundo por um conjunto de satélites, as emissões neste mês por queimadas do estado do Amazonas são as maiores em 20 anos.

O ano de 2023, porém, não é o pior no bioma Amazônia com menos emissões que em outros anos, muito pela contribuição do estado do Mato Grosso que viu cair muito o número de queimadas, inclusive porque muitas áreas que foram queimadas no passado hoje abrigam campos usados para agricultura e pecuária. A nova fronteira de avanço de desmatamento e queimadas agora se concentra no estado do Amazonas.

No começo do mês, a qualidade do ar atingiu níveis perigosamente ruins e insalubres na cidade de Manaus com fumaça muito densa das queimadas. Pessoas tiveram problemas de saúde como dores de cabeça, problemas respiratórios e vômitos. As autoridades informaram que a fumaça se originava dos municípios do Careiro e Autazes e era causada por agropecuaristas que promovem queimas ilegais.


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