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Cota do rio Negro em Manaus fica a menos de um metro da maior vazante, aponta medição do Porto

Previsão do Cemaden aponta que a seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro, quando o fenômeno El Niño atingirá a sua intensidade máxima.

A cota do rio Negro, em Manaus, chegou a 14,41 metros nesta segunda-feira (09/10) após descer mais 12 centímetros. A vazante chegou a 78 centímetros da maior já registrada, quando a cota do rio medida pelo Porto de Manaus alcançou 13,63 metros, no dia 24 de outubro de 2010.

O último Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Amazônia Ocidental, do Serviço Geológico do Brasil (antigo CPRM), do dia 6 de outubro, aponta que os principais rios da Região estão abaixo da faixa da normalidade para a época. Os rios são hidrovias, fonte de água e de energia e as perspectivas são desoladoras: especialistas apontam que os rios podem levar até quatro anos para voltarem a níveis normais.

De acordo com o Boletim, na última semana, o rio Negro em São Gabriel da Cachoeira apresentou descidas regulares e em Tapuruquara desceu com menor intensidade.

Em Barcelos, o Negro manteve o comportamento de descida.

Em Manaus, o Negro apresentou diminuição da recessão diária, com descidas médias nos últimos dias na ordem de 12 centímetros (cm). Os níveis registrados nesta calha apresentam valores abaixo da faixa da normalidade para a época.

O rio Branco, um dos principais afluentes do Negro, em Boa Vista (RR), desceu 28 cm ao longo da semana e apresenta níveis abaixo da faixa da normalidade para o período. E, em Caracaraí (RR), também apresentou descidas na última semana, contudo as cotas registradas estão dentro da faixa da normalidade.

Um alerta feito na última quarta-feira pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, aponta que a seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro, quando o fenômeno El Niño atingirá a sua intensidade máxima. Até lá, as previsões de chuva do Cemadem indicam volumes abaixo da média.

“Em grande parte do Amazonas, Acre e Roraima, observa-se uma anomalia de chuvas de -100 a -150 milímetros. Devido ao déficit acumulado de precipitação, a umidade do solo alcançou níveis críticos ao longo do mês de setembro”, informou o órgão.

O fenômeno El Niño eleva as temperaturas do Oceano Pacífico e o aquecimento anormal das águas altera as correntes de ventos e as precipitações em diversas partes do planeta. Como se trata de um oceano muito grande, a elevação das temperaturas superficiais das águas tem um impacto no regime de chuvas.
No Sul do País, por exemplo, o fenômeno contribuiu para a passagem de um ciclone, que deixou 49 mortos e milhares de desabrigados. No Norte, o efeito é inverso, com seca extrema.

O Cemaden alertou também que, com previsões abaixo da média para o início da estação chuvosa na Região Amazônica

Pela estiagem severa, o Estado do Amazonas registra 26 municípios em situação de emergência; 32 em alerta; dois em atenção, afetando 200 mil pessoas (50 mil famílias), aproximadamente.


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