Amazonas
Operação da Polícia Federal no AM e outros 5 estados investiga comércio ilegal de ouro e bloqueia R$ 5,7 bilhões
No Amazonas, foram cumpridos mandados no supermercado Nova Era, em Manaus.
A Polícia Federal (PF) informou que cumpriu, na manhã desta quarta-feira (20/09), mandados de prisão e de busca no Amazonas e em outros cinco estados, contra a extração ilegal de ouro em terras indígenas e leitos de rios com uso de dragas. A Operação Emboabas bloqueou mais de R$ 5,7 bilhões em bens.
De acordo com a PF, a Operação Emboabas identificou indícios de contrabando de ouro para Europa após a prisão em flagrante de uma pessoa que transportava 35 quilos de ouro. A PF informou que a pessoa pretendia entregar o produto a dois norte-americanos, sócios de uma empresa em Nova Iorque.
No Amazonas, foram cumpridos mandados no supermercado Nova Era, em Manaus.
A investigação, segundo a PF, revelou que a organização criminosa adquire ouro de terras indígenas e leitos de rios com uso de dragas. “E por meio de fraude, declara que o ouro foi extraído em permissões de lavra garimpeira (PLG) regularmente constituídas”, afirmou a PF.
Segundo PF, o principal alvo da operação faz o esquentamento do ouro por meio de um austríaco que se naturalizou brasileiro. O órgão destacou que o austríaco afirma ter mais de mais R$ 20 bilhões em barras de ouro em um suposto país independente criado pelo próprio investigado.
O processo de esquentamento é quando o ouro extraído de maneira ilegal entra no mercado nacional e internacional como legal.
Os investigados vão responder pelos crimes de usurpação de bens da União, organização criminosa, lavagem de dinheiro, extração ilegal do ouro, contrabando, falsidade ideológica, receptação qualificada e outros tipos penais.
Duas pessoas foram presas preventivamente em Boa Vista e em Manaus. Os agentes ainda cumprem 40 mandados de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Goiás e Distrito Federal, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Boa Vista.
Agentes encontraram armas e munições durante o cumprimentos dos mandados – Divulgação/PF
O esquema envolve supermercados de Roraima e do Amazonas que vendem alimentos para a Venezuela e recebem o ouro clandestino como pagamento.
De acordo com a PF, transportadoras contratadas escondem o ouro contrabandeado no interior de caminhões que entram em Roraima sem os procedimentos necessários e pagamento de tributos
Depois, diz a PF, o minério era comprado por outros integrantes do esquema e enviado para empresas atuantes no ramo de exploração de ouro, responsáveis por efetuar o pagamento aos supermercados e às distribuidoras de alimentos.
Segundo o inquérito, os principais investigados desse esquema também teriam envolvimento com a exploração clandestina do minério na Terra Indígena Yanomami e em garimpos espalhados em outros estados.
Além dos mandados de prisão e buscas, a Justiça também determinou o bloqueio de valores, veículos e aeronaves dos investigados.
Nova Era
Em nota, a Distribuidora Mercantil Nova Era, dona dos supermercados Nova Era, disse que a ação da PF, na dependência administrativa da empresa teve a finalidade de coletar informações relacionadas a exportações e que “a empresa garantiu todo acesso às documentações e está colaborando com a investigação”.
De acordo com a nota, “com 42 anos de mercado, operando dentro da legislação vigente, prezando sempre pela transparência e honestidade, o mercantil possui total interesse em esclarecer o assunto e mostrar, dessa forma, que atua dentro da legalidade”.
Roraima
A Polícia Federal informou que deflagrou na manhã de hoje (20/9) a operação Eldorado, com o objetivo de prender suspeitos de liderarem um esquema de contrabando e venda de ouro extraído de garimpos ilegais que teria movimentado quase 6 bilhões de reais.
São cumpridos 2 mandados de prisão preventiva e 40 de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Goiás e Distrito Federal, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Boa Vista-RR.
O esquema envolveria o contrabando de ouro venezuelano, o qual entraria clandestinamente no Brasil como pagamento pela exportação de alimentos por mercados de Roraima e do Amazonas.
Transportadoras contratadas esconderiam no interior de caminhões o ouro contrabandeado, que entrariam em Roraima sem os procedimentos necessários e pagamento de tributos.
Posteriormente, o minério seria comprado por outros integrantes do esquema e enviado para empresas atuantes no ramo de exploração de minério aurífero, responsáveis por concretizar o pagamento aos supermercados e às distribuidoras de alimentos.
Segundo o inquérito, os principais investigados desse esquema também teriam envolvimento com a exploração clandestina do minério em Terras Indígenas Yanomami, e em garimpos espalhados em outros estados.
Além dos mandados de prisão e buscas, a Justiça também determinou a indisponibilidade de ativos financeiros, veículos e aeronaves dos investigados.
Goiás
Em Goiás, a Polícia Federal informou que deflagrou nesta quarta-feira (20/09) a Operação Lupi, dando seguimento às investigações que tem por objetivo esclarecer a atuação de organização criminosa dedicada à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro extraído de reservas indígenas e unidades de conservação federal, bem como à lavagem do dinheiro, bens e ativos de origem ilícita.
A Operação Lupi é decorrente das investigações realizadas na Operação Kukuanaland e na Operação Bullion, deflagradas em fevereiro e maio deste ano pela Polícia Federal.
Nesta etapa, cinco mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva expedidos pela Vara Única Justiça Federal – Subseção Judiciária de Gurupi/TO são cumpridos por policiais federais em Anápolis/GO e Manaus/AM.
Durante o inquérito policial, a Polícia Federal identificou a possível existência de grupo criminoso, cujo modo de agir passa pelas seguintes atividades ilegais: extração do minério em áreas proibidas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e subsequentes transporte, comercialização e exportação do ouro ilegal.
A polícia investiga a hipótese de que o ouro extraído ilegalmente de reservas indígenas e unidades de conservação federal vinha sendo “esquentado”, mediante documentos ideologicamente falsos, nos quais o grupo declarava origem diversa da real, como se o metal tivesse sido extraído de área autorizada.
A partir das medidas judiciais executadas na data de hoje, a Polícia Federal pretende identificar os principais envolvidos na exportação do ouro ilegal, demais integrantes da organização criminosa, recuperar ativos financeiros e estancar atuação do grupo.
Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes contra a ordem econômica – usurpação; pesquisa/lavra/extração de recursos minerais sem autorização/permissão/concessão ou licença; lavagem de bens, dinheiro e ativos; falsidade ideológica, receptação e organização criminosa, cujas penas somadas, podem chegar a vinte e nove anos de reclusão.
O nome Lupi vem do latim e significa “lobos”, tendo em vista que os suspeitos se comunicavam por aplicativo de mensagem em um grupo denominado “Wolf”, que é lobo em inglês.
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