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Brasil

Pautas conservadoras e teorias conspiratórias unem bolsonaristas e lulistas, aponta pesquisa “A Cara da Democracia”

A aproximação de opiniões prevalece em temas nos quais os brasileiros em geral pendem mais para posições conservadoras em agendas de costumes.

Em lados opostos na disputa presidencial de 2022, eleitores que dizem gostar muito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aqueles que afirmam o mesmo sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também compartilham posições comuns a depender do tema em discussão, apesar das diferenças ideológicas. É o que mostram os resultados da mais recente pesquisa “A Cara da Democracia”, feita entre 22 e 29 de agosto pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), com financiamento do CNPq, Capes e Fapemig.

A aproximação de opiniões prevalece em temas nos quais os brasileiros em geral pendem mais para posições conservadoras em agendas de costumes. O levantamento aponta que, mesmo entre os eleitores que mais gostam de Lula, a maioria é contra legalizar as drogas (71%) e o aborto (77%). Esse grupo é menor, se comparado ao percentual que atinge no universo dos que gostam muito de Bolsonaro, mas representa a visão majoritária nessa faixa do eleitorado. Entre os mais bolsonaristas, os contrários à legalização do aborto atingem 90%, enquanto 83% dizem o mesmo sobre as drogas.

As duas faixas do eleitorado rejeitam, por outro lado, a prisão mulheres que interrompam a gravidez. Esse índice é de 65% entre quem gosta de Lula, e de 53% entre quem simpatiza com Bolsonaro.

A redução da maioridade penal é outro tópico em que os dois lados concordam. Entre quem gosta muito de Lula, 62% se dizem a favor da medida, enquanto 77% dos eleitores pró-Bolsonaro declaram o mesmo.

Teorias da conspiração

Tanto simpáticos a Lula quanto os que mais gostam de Bolsonaro acreditam, em sua maioria, que a China criou novo coronavírus (53% e 74%, respectivamente). Nos dois grupos, por outro lado, a maioria não acredita que a terra é plana (72% dos que gostam de Lula, e 79% dos que veem Bolsonaro mais positivamente) e prevalece a visão de que é falsa a alegação de que vacinas fazem mais mal que bem a crianças (79% dos que mais gostam de Lula, e 67% dos simpáticos a Bolsonaro).

A pesquisa “A Cara da Democracia” foi feita com 2.558 entrevistas presenciais de eleitores em 167 cidades, de todas as regiões do país, entre 22 e 29 de agosto. O levantamento é financiado pelo CNPq, Capes e Fapemig e é feito pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), que reúne pesquisadores das universidades UFMG, Unicamp, UnB e Uerj. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos e o índice de confiança é de 95%.


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