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Agosto encerra o trimestre mais quente da Terra, indica serviço climático da União Europeia

Este é o primeiro conjunto de dados científicos que confirma que esse foi um verão boreal extremamente quente, com ondas de calor recordes.

Em meio a ondas de calor escaldantes na Europa e Ásia, incêndios florestais no Canadá e na Grécia, e secas extremas nos Estados Unidos, o período de junho a agosto deste ano foi o mais quente do planeta desde o início dos registos, em 1940, revelou o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus da União Europeia nesta quarta-feira, 6.

A temperatura média global durante o verão do Hemisfério Norte foi de 16,77 ºC, de acordo com o Copernicus, o que é 0,66 ºC acima da média de 1990 a 2020. Isso significa que o mundo superou o recorde anterior, estabelecido em agosto de 2019, em quase 0,3 ºC.

Este é o primeiro conjunto de dados científicos que confirma que esse foi um verão boreal extremamente quente, com ondas de calor recordes e temperaturas oceânicas sem precedentes. O planeta teve o mês de junho mais quente da história, seguido do julho mais quente – ambos quebrando recordes anteriores por margens amplas.

O mês passado, por sua vez, também foi o agosto mais quente da Terra, de acordo com os novos dados do Copernicus, e superou todos os meses deste ano, exceto julho. A temperatura média global do mês foi de 16,82 ºC – 0,31 graus mais quente que o recorde anterior, estabelecido em 2016.

“Os cientistas há muito alertam sobre o que o nosso vício em combustíveis fósseis irá desencadear. Nosso clima está implodindo mais rápido do que conseguimos lidar com eventos climáticos extremos que atingem todos os cantos do planeta”, afirmou António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, num comunicado sobre os dados do Copernicus.

Estima-se que tanto julho como agosto deste ano tenham sido 1,5 ºC mais quentes do que os níveis pré-industriais, de acordo com o Copernicus, limite do qual os cientistas há muito alertam que o mundo deveria permanecer abaixo para evitar as catástrofes das mudanças climáticas.

“O Hemisfério Norte acabou de ter um verão de extremos – com repetidas ondas de calor alimentando incêndios florestais devastadores, prejudicando a saúde, perturbando a vida diária e causando um impacto duradouro no meio ambiente”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, em um comunicado.

Os países do Hemisfério Sul também tiveram invernos quentes, com temperaturas bem acima da média registadas na Austrália, em vários países da América do Sul e na Antártida.

As temperaturas médias dos oceanos também superaram todas as projeções, ajudando a fortalecer grandes furacões no Atlântico e tufões no Pacífico.

Ainda não está claro se este ano acabará sendo o mais quente já registrado no planeta, mas parece certo que chegará muito perto. Faltando quatro meses para o final do ano, 2023 é atualmente o segundo ano mais quente já registado, de acordo com o Copernicus, apenas 0,01 ºC abaixo de 2016, atual dono do pódio.

No entanto, o próximo ano deve ser ainda mais quente, dada a chegada do El Niño, uma fenômeno climático que aumenta as temperaturas da superfície do mar e influencia o clima.


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